António Alves de Sousa, escultor português,renasce aqui, 125 anos depois

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Data da Morte de Alves de Sousa: 5 ou 6 de Março de 1922?

Ora aqui está um belo berbicacho.
O Escultor Alves de Sousa morreu no Domingo, 5 de Março de 1922, ou na Segunda-feira, 6 de Março?

Com este "post" abrimos a discussão sobre a matéria, ainda nada pacífica, e aqui viremos fazer as actualizações que forem necessárias, de acordo com o andamento da investigação.
A certidão de óbito diz que o escultor Alves de Sousa faleceu a 5 de Março, mas o que dizem os documentos oficiais, principalmente ao tempo, não se pode "escrever" (vide o caso do filho do escultor, Caius, cujo nascimento terá sido declarado oficialmente com dois anos de atraso). Pode haver erro na declaração, muitas vezes feita com consternação ou por interposta pessoa. Vamos deixar uma análise minuciosa a este documento para outra altura, completando este parágrafo posteriormente.

Na lápide está a data de 6 de Março de 1922, como se pode ver pela fotografia junta, e dos três jornais até agora escrutinados, nada consta do Comércio do Porto (considerei-o muito estranho, quando detectei a falta), no dia Diário de Notícias vem uma breve notícia na edição de 7 de Março, Terça-feira, mencionando que "faleceu ontem", e o mesmo, mas ligeiramente mais desenvolvido (com uma curta nota biográfica), n´"O Primeiro de Janeiro", que noticia também que o funeral se realizava naquele mesmo dia, 7 de Março de 1922, a partir das 18h, com missa rezada na Igreja Paroquial de Vilar de Andorinho.
Contudo, "O Primeiro de Janeiro" não se publicava, ao tempo, à Segunda-feira, pelo que não houve edição de 6 de Março.

Começo a pensar, e a trabalhar a hipótese, de a hora da morte ter sido literalmente "por volta" da meia-noite de Domingo, 5 de Março, e ter sido gerada a confusão de o seu último suspiro se ter verificado antes ou depois da meia-noite. O corpo pode ter sido encontrado depois da meia-noite já frio, por exemplo, e haver quem tenha deduzido que a hora da morte havia sido anterior á meia noite, e quem a atribua à madrugada do dia 6. Meras especulações, que no entanto nos ajudam sempre a aproximar dos factos.

Será agora seguida uma linha de investigação que se debruçará sobre os procedimentos sanitários em uso em 1922. Não podemos esquecer que a "Gripe Espanhola" (para quem não sabe, a primeira variante, diz-se que bem mais mortífera, do agora tão propalado vírus da Gripe A, o H1N1) tinha levado centenas de milhar à morte em toda a Europa no final da primeira guerra mundial (entre elas, diz-se, sem prova factual, a noiva de Alves de Sousa, Germaine Lechartier - sobre esta questão, ver este artigo neste mesmo blogue), e que certamente terão ficado procedimento sanitários severos. Pode haver registos de algum delegado de saúde que tenha observado o corpo, e fundamentado a certidão de óbito.

Recordemos que a causa de morte que consta da certidão de óbtio é a Sífilis Cerebral, uma doença degenerativa (a mesma que terá vitimado, por exemplo, Nietzche, Mussolini, Al Capone, etc), consonante com alguns relatos remotos de perda de conhecimento por parte do escultor, que se terão agravado com a aproximação da morte. Ele que tanto sofrera dos pulmões, já nos anos de Paris, ao ponto de ter sido aconselhado a passar uma temporada nos Alpes Marítimos, o que fez, veio a morrer de um doença terrível e imprevista.

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