António Alves de Sousa, escultor português,renasce aqui, 125 anos depois

domingo, 3 de maio de 2009

A campa de G. Lechartier Alves de Souza

Esta fotografia, encontrada num oratório da filha do escultor, Hidrá, já falecida, foi um achado em termos de investigação. Em termos pessoais, impressiona-me. Confirmei, a partir desta foto, dois factos certos e um provável. A data de nascimento (9 de Maio de 1887), da morte (30 de Janeiro de 1919 - corria a ideia de que teria falecido em 1918, mas pelo momento da deslocação de Alves de Sousa à Normandia, que já tinha sido possível determinar como no início de 1919, com estada presumida de mais de um mês, tal já tinha sido posto em crise nesta investigação), e a probabilidade de, realmente, o escultor e Germaine serem casados. Claro que é possível que o escultor, temendo o vexame de chegar à Normandia com o corpo da companheira sem com ela ser casado, o tivesse declarado sem o comprovar, mas tal parece pouco provável, até porque chegaram aos nossos dias relatos de que a família de Germaine se terá oposto inicialmente ao casamento. Portanto, a versão que agora nos propomos provar é a de que Alves de Sousa terá conhecido Germaine entre 1909 e 1911, e esta terá engravidado do filho Caius em meados de 1911 sem ser ainda casada com o escultor. Caius terá nascido em 1912 (em que dia não sabemos, já que não é certo que tenha nascido no mesmo dia constante da sua certidão de nascimento - 3 de Fevereiro - dois anos antes da data que nela consta - 1914;), pelo que o casamento, a ter ocorrido, terá de ser de finais de 1911 ou princípios de 1912, a não ser que também à família Lechartier tenha sido escondida a gravidez e o nascimento, caso em que o casamento pode ir até 1913 (até, pelo menos, Maio de 1913, 9 meses antes da data de nascimento falsa declarada ao registo civil português: 3/2/1914). A hipótese que exploraremos é a de que a família Lechartier teria tido conhecimento da relação e do casamento antes da morte de Germaine, mas não a família de Alves de Sousa (que só soube de toda a história quando Alves de Sousa chegou viúvo e com os filhos a Vilar de Andorinho, em 1919). Há também relatos de que o escultor terá deixado os filhos na Normandia durante 5 meses, quando lá se deslocou para o enterro da mulher (ou companheira). Finalmente, há ainda que apurar o nome completo de Germaine, que ainda é uma incógnita. Curiosa a opção de abreviar o nome próprio na lápide. Podem ter sido omitidos os restantes (Marie Victoire). Também é importante determinar o cemitério em que está enterrada, e que de momento é também uma incógnita (tem de admitir-se a hipótese, embora remota, de estar enterrada em Paris).